Portugueses são dos que menos mudam de banco devido aos custos do processo
Mas será apenas uma questão de custos da mobilidade? Julgo que não. O que acontece - e não devia acontecer se a entidade presidida por Manuel Sebastião servisse para alguma coisa - é que não há concorrência no sector bancário. A capacidade de escolha do melhor prestador do serviço bancário em cada momento não é um acto livre já que no momento da compra do serviço o cliente compra uma fidelização. Grande responsabilidade política já que a Banca Pública deve ser utilizada pelo poder político para concorrer com o sistema privado oferecendo condições vantajosas em momentos, como o actual em que as taxas de juro baixaram. Se a Caixa estivesse obrigada pelo Estado a baixar as taxas de juro do crédito à habitação, acompanhando a descida da taxa de juro de referência e não manipulando os spreds, outro galo cantaria.
As prácticas anti-concorrenciais no sector bancário têm a cumplicidade política do Estado.
Eis aqui uma área na qual o PS nunca estabeleceu qualquer diferença com o PSD embora uma suposta discussão à volta da privatização ou não da CGD seja apresentada como a linha divisória entre eles. O problema é que não privatizando a CGD, o que se saúda, o PS utiliza-a para socializar os prejuízos do BPN, do BPP e não estabelece qualquer política de crédito público que tenha na Caixa o seu executante priveligiado.


 

Pedra do Homem, 2007



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