Os candidatos do PS às autarquias de Lisboa e Porto foram formalmente anunciados pelo coordenador socialista das autárquicas, Jorge Coelho.
Boa escolha em Lisboa. Julgo ser a melhor possível por muito que isso custe ao líder da concelhia socialista e a outros. As sondagens, os apoios fora do partido e a ausência de alternativas ditaram a sua lei.
Tudo parece indicar que desta vez não vai haver coligações. O BE e a CDU não vão entender-se, cada um deles a fazer uma leitura diferente da sua influência política na capital. O BE lembrando os resultados das últimas legislativas superiores aos da CDU. A CDU lembrando a influência autárquica que acumulou ao longo de anos.
No entanto Carrilho pode ganhar sozinho. Santana Lopes com o seu regresso facilitou como nunca a vida ao PS. A hipótese da sua candidatura constituiria, depois de tudo o que se passou, o cenário mais animador para o PS e para toda a esquerda. A candidatura de Carmona Rodrigues, o melhor que o PSD tinha à mão, foi muito prejudicada pela forma como Santana o remeteu a um papel secundário nestes meses que faltam até Outubro.
Não será improvável termos na Câmara de Lisboa um cenário muito semelhante ao verificado nas eleições de Fevereiro. Uma esmagadora maioria de eleitos de esquerda e o PS com maioria absoluta ou quase.
O Porto e Assis são outra coisa. A coligação está fora de questão. É conhecida a posição do BE relativamente à actuação da CDU no consulado de Rui Rio. Mas quer-me parecer que a esquerda subestima a capacidade e a influência de Rui Rio. E quanto a Assis... não me parece.


 

Pedra do Homem, 2007



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