O ministro das finanças mostrou que está mais adaptado às necessidades da actividade política. Instado pelo PCP sobre quais as circunstâncias em que poderia aumentar os impostos - a mais ingénua das perguntas disponíveis - respondeu que "não gosto de falar sobre cenários".
Já se percebeu que o Governo não quer aumentar os impostos mas não está seguro de o conseguir evitar.
Já se percebeu, igualmente, que a oposição vai insistir por aí.
Nos próximos meses chova ou faça sol lá virá a pergunta sacramental " vai ou não aumentar os impostos?"
Importante, no programa de governo, a questão do combate à pobreza com uma prestação suplementar de forma a que nenhum idoso receba menos de 300 € por mês. Mas a causar alguma decepção a calendarização apresentada. Em 2006 beneficiam os idosos com mais de 80 anos e só no final da legislatura estarão a beneficiar todos os idosos com mais de 65 anos. Fica muita gente de fora.
A oposição estava tão fixada nos impostos que não apareceram críticas a este respeito. Os idosos mais pobres, muito esperançados nesta medida, irão ficar decepcionados.
Fica uma declaração de Sócrates de que importa corrigir as condições estruturais que fazem do nosso País aquele com a mais injusta distribuição da riqueza. Aguardam-se esclarecimentos futuros sobre essas condições estruturais e sobre as soluções.
Importante também o facto de o primeiro-ministro ir participar activamente no referendo para legalizar a interrupção voluntária da gravidez e a rápida iniciativa da bancada do PS nessa matéria.
E o fim do escândalo das férias judiciais de dois meses. Um mês para todos. Somos todos iguais quer os senhores magistrados queiram ou não.
Tempos difíceis mas alguma esperança de trabalho árduo e com "trambelho" . Coisas boas e coisas menos boas numa primeira impressão positiva.


 

Pedra do Homem, 2007



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