A reacção geral ao incêndio que consumiu mais de 5 mil hectares de floresta no Parque Natural da Serra da Estrela foi de tristeza que não de espanto. Já ninguém se espanta com esta sucessão de incêndios tão corriqueiros eles se tornaram. Ardemos, mesmo, muito mais do que os nossos pares da União Europeia. "Primus inter pares" pelas piores razões. Os Parques Naturais e as Áreas de Reserva deveriam ser zonas particularmente cuidadas e protegidas. Das agressões identificadas entre as quais naturalmente se deveria considerar os incêndios. No entanto elas estão sujeitas a um conjunto de leis bizarras que criam condições para que este tipo de catástrofes ocorra de forma devastadora. Os bombeiros bem se esforçam a denunciar o facto de não poderem realizar acções preventivas sob pena de "danificarem a natureza e agredirem o ambiente". Ninguém lhes liga. Depois lá vem o fogo, pouco entendido em legislação, e num ápice reduz tudo a cinzas. Não se poderia discutir a forma como lidamos com os nossos Parques Naturais e as nossas Reservas?


 

Pedra do Homem, 2007



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