A entrevista a João Cravinho no programa "Diga Lá Excelência, de hoje, foi notável. A simples defesa pelo entrevistado da ideia de que o Governo de Sócrates tem condições únicas para lançar uma política nacional anti-corrupção já valia o programa. Uma política de natureza preventiva que crie condições para que a corrupção não possa continuar a crescer.
Uma entrevista a rever e que merece futuros comentários. Fica no entanto um (grande) amargo de boca em todos os que viram o programa. Os dois jornalistas do Público - Eduardo Dâmaso e Manuel Carvalho - foram incapazes de se libertarem do "curto prazo". Até as férias de Sócrates no Quénia vieram à baila. Daí que se perceba o desabafo final de Cravinho quanto à incapacidade que manifestamos para discutir as grandes questões estratégicas do nosso desenvolvimento. Cravinho é, do meu ponto de vista, o mais qualificado defensor da importância estratégica de projectos como o TGV e o novo aeroporto internacional(independentemente de questões como o traçado e a localização). Não encontro no Governo alguém com igual capacidade técnica e política e naqueles que se opõem publicamente aos projectos poucos "espreitam" além do seu quintal e do dia de amanhã. Não ter abordado essas questões com tão qualificado entrevistado foi um erro crasso.
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