Pedro Barjona é o Presidente da Câmara de Castanheira de Pêra. Confesso que nunca visitei este município e que até hoje nunca tinha ouvido falar do homem. A compra do DN deste sábado, e a leitura da GR, permitiu-me chegar ao conhecimento “do homem e da obra.”
A história da presidência de Pedro Barjona é a história da inversão do declínio a que o concelho estava, inexoravelmente, amarrado. Evolução demográfica negra, perda de jovens, envelhecimento da população, perda geral de população -16% entre 1990 e 2001 – ausência de investimento privado, escassas transferências de dinheiros públicos.
Pedro Barjona apostou no turismo e, com a já famosa “Praia das Rocas” – uma praia fluvial com ondas cujo modelo o autarca importou do Japão, gerida por uma empresa municipal, a cuja inauguração o autarca não conseguiu levar José Sócrates – conseguiu dinamizar toda a actividade económica do concelho. Com a Praia da Roca mas não só. Existe neste concelho uma prática política que é rara. Barjona não aposta no imobiliário como motor do desenvolvimento. Pelo contrário aposta na urbanização de iniciativa municipal com a colocação de lotes para construção a preços irrisórios. Para isso investiu 5 milhões de euros a comprar terrenos para que “a autarquia tenha o poder absoluto para decidir o rumo da vila, evitando a especulação e as opções urbanísticas desajustadas por imposição de privados.” Notável!!! Afinal é possível!!!
Para completar este quadro, de um enorme conforto para quem assiste à desgraça dos candidatos e das candidaturas autárquicas, na sua generalidade deprimentes, e à lenga-lenga vigara dos “projectos estruturantes” o homem não se recandidata. Apesar de ter a reeleição certa. É que impôs a si mesmo a regra que entende deveria vigorar: ninguém deve cumprir mais de três mandatos. O autarca do ano e da década. Apetece-me visitar Castanheira de Pêra e cumprimentar Pedro Barjona.


 

Pedra do Homem, 2007



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