Foi hoje, no Jardim de Inverno do Teatro S.Luiz, apresentada a obra acima referida. Trabalho de coordenação e de autoria do jornalista Acácio Barradas, meu amigo a quem agradeço o convite para estar presente. A apresentação, muito concorrida, contou com apresença de elementos destacados da classe jornalística e da classe política com saliência para as presenças de António Almeida Santos e de Ramalho e Manuela Eanes. Esteve presente a viúva de Agostinho Neto e o embaixador da República Popular de Angola.
A obra foi apresentada, com brilhantismo, por Fernando Rosas que se lhe referiu de forma elogiosa, salientando que ela abre uma porta, que até aqui permaneceu estranhamente encerrada, para que se realizem novas e importantes investigações sobre a personalidade e a importância política de Agostinho Neto. O historiador salientou o facto de serem pela primeira vez divulgados factos, incluindo escritos de Agostinho Neto, até hoje desconhecidos cuja importância para a compreensão do processo angolano é grande. Quanto à actuação do dirigente angolano, Fernando Rosas referiu existir uma sub-avaliação da importância do seu papel, pela generalidade das pessoas, salientando o facto de ele se ter batido contra a submissão de Angola a qualquer um dos blocos imperialistas, defendendo uma via nacionalista para o seu país, bem como a sua defesa da emancipação de uma sociedade angolana não baseada em critérios rácicos. O historiador salientou ainda o facto, não despiciendo, de Agostinho Neto ter morrido pobre, numa evidente comparação com a situação dos dirigentes que lhe sucederam.
Por fim Fernando Rosas salientou as linhas de investigação histórica que agora se abrem e que no futuro, no contexto de uma Angola democrática, terão que ser possíveis de realizar por uma nova geração de historiadores e de investigadores, algumas das quais darão resposta, necessariamente, a perguntas dolorosas que ainda hoje não obtiveram resposta, como a das condições que rodearam a própria morte de Agostinho Neto. O trabalho de Henrique Cayatte foi igualmente muito elogiado, quer por Acácio Barradas quer por Fernando Rosas. Ainda não li o livro, como é óbvio, mas isso fica para os próximos dias, mas a forma como decorreu a apresentação abre o apetite para essa leitura.
Parabéns pois a Acácio Barradas pela obra.


 

Pedra do Homem, 2007



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