Pertenço ao grupo dos que não acreditam que a Justiça Portuguesa seja um modelo de independência do poder político. Os exemplos que o negam são vários e todos temos contacto com situações, no nosso dia a dia, que o negam. Habituámo-nos a ver juízes a executar as mais diversas tarefas, no futebol, em actividades por nomeação do poder político etc, e os tribunais a funcionarem lenta e demoradamente com prejuízo dos mais fracos dos mais pobres. Vamos sabendo das relações entre autarcas e juízes e magistrados e das consequências dessas relações. A justiça que temos tido é um dos grandes factores do nosso atraso. Admitir a irresponsabilidade dos juízes e dos restantes magistrados faria de nós, além de vítimas, patetas.
Sou contra a greve por visar a defesa de privilégios e se enquadrar num contexto de "luta contra o Governo" que não entendo ser o campo de actuação da magistratura e dos juízes. Entendo que a declaração do juiz Baptista Coelho de que 'Há uma tentação de controlar o poder judicial' só pode ser entendida como escreve Vital Moreira como vindo "justamente dos sindicatos dos magistrados"


 

Pedra do Homem, 2007



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