O juiz de instrução criminal francês Renaud Van Ruymbeke, revela em entrevista ao Público de ontem, que "a Madeira aparece cada vez mais como um local de branqueamento de capitais." Afinal para que serviriam os paraísos fiscais?
Mas a entrevista tem outros atractivos, nomeadamente a reflexão sobre a existência, ou não, de uma justiça europeia e a oposição dos países da UE - muito influenciados pelas ideologias liberais - às investigações associadas à circulação de capitais. Como recorda Ruymbeke o dinheiro sujo segue os mesmos circuitos do dinheiro limpo.
Outra afirmação relevante do juiz francês é a de que "Acabar com a corrupção passa pelo financiamento público dos partidos." Por cá sabemos muito bem que essa é uma das grandes causas da nossa corrupção e que a colecta do dinheiro se faz sobretudo através das autarquias, embora, como recordava João Cravinho, algumas semanas atrás, muito do dinheiro nunca chegue aos cofres dos partidos.


 

Pedra do Homem, 2007



View My Stats