O debate do Prós e Contra de ontem deixa no cidadão, atento mas não particularmente bem informado sobre a questão - que é o meu caso - a sensação de que só existe uma razão para juízes e magistrados avançarem para a greve: a defesa de um conjunto de privilégios que o Governo pretende que acabem. Relativamente às questões da justiça que interessam aos cidadãos: uma justiça mais célere, mais barata e que consuma menos recursos financeiros por força da melhoria da organização e da formação dos agentes, o Governo tem propostas. Os juízes e magistrados estão preocupados acima de tudo com os seus "justos" privilégios. Alberto Costa, o ministro, teve uma intervenção televisiva de muito bom nível e mostrou que está do lado certo da questão. Faz bem em não ceder. Faz bem em pôr termo aos injustificados privilégios dos mais favorecidos da nossa sociedade tão desigual.

Adenda : Há uma esquerda que cavalga a onda do descontentamento seja lá de quem for. Tudo é aproveitado para criticar o Governo. Desde as manifestações dos mais desfavorecidos até às manifestações corporativas dos detentores de privilégios inaceitáveis. Tudo é social. Mas será possível manter este país com alguns a ganharem aquilo que a riqueza gerada não permite pagar? Este tipo de oposição cresce pontualmente mas não se credibiliza. Não chega a ser crescimento é mais inchaço.


 

Pedra do Homem, 2007



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