Nestas eleições CDU e PSD - que registaram os melhores resultados sendo o PSD, indiscutivelmente, o vencedor das eleições - inauguraram um novo conceito: o conceito de ganhar uma câmara que já era liderada pelo partido. Até agora a expressão utilizada era mantivemos. Outros tempos.
Setúbal e Sesimbra são apresentadas como vitórias da CDU mas enquanto em Setúbal estamos perante a repetição da anterior maioria absoluta, em Sesimbra a CDU recupera a câmara que há oito anos o PS ganhara.
Setúbal não constitui qualquer surpresa. A escolha de Catarino Costa, o mais inacreditável dos candidatos, era um desafio à inteligência dos setubalenses. A resposta foi uma clara manifestação de que os setubalenses não gostam que lhes chamem estúpidos. Nem o peso de António Vitorino, como candidato à Assembleia Municipal, lhes valeu. Baixaram para terceiro lugar sendo ultrapassados pelo PSD, liderado por Negrão. Uma cabazada.
Sesimbra é outra coisa: o PS teve a ideia peregrina de atribuir à CDU o pelouro do Urbanismo. A CDU nunca comete estes erros, no limite um vereador do PS é candidato ao pelouro dos cemitérios. Claro que Póvoas, é assim que o homem se chama, tratou de lançar as "bases" para a conquista do poder. Todos recordam os escândalos urbanísticos relatados em Sesimbra durante este mandato. Construções em cima da praia e mais de um milhão de metros de construção na mata de Sesimbra com a cumplicidade dos ecologistas. Trabalho qualificado do tal Póvoas mas com os custos políticos a recairem nos ombros do tal Penim.
Penim, o anterior presidente socialista, é candidato ao prémio da actuação política mais estúpida e mais incompetente do mandato 2001-2004. Jorge Coelho devia andar a dormir, aparentemente a sua ocupação preferida nestas eleições.


 

Pedra do Homem, 2007



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