Realizou-se ontem à noite o segundo debate promovido pela Rádio Sines à volta das eleições autárquicas. Não correu muito bem embora tenha sido francamente melhor do que o primeiro.
A selecção de temas foi bizarra, não se entendendo porque razão o tema da habitação foi excluído. Esta opção favorece quem está no poder, que promove neste momento um muito polémico processo de CDH, gerador de grande descontentamento entre os mais necessitados de habitação. Os candidatos, do PS e do PSD, estiveram francamente acima dos restantes. Foram incisivos a criticar as insuficiências da gestão comunista( PSD) e deixaram claro uma estratégia e opções claras para mudar a gestão (PS).
Pontos altos do debate: a chamada reiterada de atenção por parte do PS para a situação da Zona Histórica e para a importância estratégica de que a sua recuperação se reveste; a chamada ao debate da questão do ambiente (PS) e a denúncia da falta de vontade da CDUpara mudar a situação; a chamada de atenção, por parte do PSD, para a falácia do valor dos terrenos cedidos pela Câmara, para instalação de equipamentos, já que os terrenos foram injustamente expropriados pelo governo fascista e deviam ter sido devolvidos pela câmara aos seus proprietários; a denúncia da situação do Artº 47 em Porto-Côvo (PSD e PS) responsabilidade da CDU e em particular do seu candidato à Assembleia Municipal. A crítica a aspectos dos planos em curso que devem ser corrigidos (PS), embora tenha faltado a expressão firme de um compromisso.
O pior do debate: a intervenção enervada do candidato da CDU que em todas as intervenções prometeu fazer tudo nos próximos tempos; o facto de na sua intervenção final ter referido os "oito anos de poder" quando a sua força política está no poder há trinta anos; a falta de capacidade de concretização mais incisiva, quer do PS quer do PSD, mas sobretudo do PS que é, como se sabe, a alternativa à CDU; o desempenho da candidata do BE, com muitas dificuldades, e o candidato, paraquedista, do PP que podia ser candidato em qualquer lado, em Moimenta da Beira por exemplo.


 

Pedra do Homem, 2007



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