A ideia bizarra - compreensível por parte da SIC mas menos por parte dos candidatos - de colocar os candidatos da esquerda a assistirem ao discurso do "candidato", permitiu perceber que no essencial as críticas, de todos eles, coincidem.Tal como os jornalistas, os candidatos da esquerda enfatizaram a eventual obsessão pela economia e o não cabal esclarecimento da utilização ou não do poder de demissão do Governo. Entende-se que todos vão valorizar muito esta questão até porque os restantes argumentos aplicam-se melhor a um candidato a primeiro-ministro. Esta "uniformidade" reforça a ideia de que Cavaco é o homem a abater e reforça, a meu ver, a base de apoio de Cavaco. O "um contra todos" aglutina o bom povo do lado do mais fraco. Soares, homem muito avisado, não entrou neste folclore. Afinal é ele o adversário de Cavaco, a menos que o resultado da primeira volta confirme a tese dos que entendem que o PCP vai impedir que Mário Soares seja o vencedor das primárias à esquerda. Neste caso a candidatura de Manuel Alegre seria instrumental desse objectivo. Aliás que novos horizonte se abrem ao PCP, com a sua segunda juventude protagonizada por Jerónimo de Sousa e, já agora, com o seu eterno objectivo político prioritário de erodir a base de apoio do PS?


 

Pedra do Homem, 2007



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