"Depois do terramoto que tinha destruído três quartas partes de Lisboa, os sábios do país não encontraram meio mais eficaz para prevenir uma ruína total, do que oferecer ao povo um belo auto-de-fé; pois a Universidade de Coimbra tinha decidido que o espectáculo de queimar a fogo lento algumas pessoas, com as cerimónias e formalidads do estilo, era um segredo infalível para impedir a terra de tremer."(*)
Passados estes duzentos e cinquenta anos substituí-se os autos-de-fé pela fé em que não ocorram terramotos. É o mesmo obscurantismo mas com novas roupagens.

(*) - Voltaire. "Cândido ou o optimismo"


 

Pedra do Homem, 2007



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