Este estilo de debate a dois é menos interessante porque a interacção entre os candidatos é quase nula. Fica a faltar o sal dos debates que é o confronto vivo entre os candidatos.
Para além desta questão ficou claro que os dois candidatos estão nesta altura sobretudo interessados em manter as suas acuais posições relativas. Nesse sentido o debate foi pouco interessante sobretudo pela parte de Cavaco que apareceu bastante hirto, como de costume, e a repisar os aspectos daquilo que poderia ser entendido como o seu programa para a governação económica de Portugal, mais do que a sua candidatura presidencial. Alegre foi pouco incisivo com Cavaco, preferirá travar essa batalha numa hipotética segunda volta, mas introduziu diferenças como a do conceito estratégico para ultrapassar as dificuldades e na caracterização da situação na justiça tendo sido evidente que em caso de ser eleito haverá mexidas na Procuradoria Geral da República.
Este debate não deve ter alterado grande coisa à situação já existente. A minha dúvida é a de saber o efeitoque as últimas aparições de Cavaco -este debate e a entrevista a Judite de Sousa na RTP1 - terão no eleitorado. Para saber temos que esperar pelas próximas sondagens.


 

Pedra do Homem, 2007



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