Em Sines já não se sabe onde ir às compras. Numa cidade com cerca de dez mil habitantes (perdoem-me se estou em erro) todos os dias abre um supermercado novo, ou melhor um Hipermercado. Da mercearia passámos para o supermercado e do super para o hiper.
Um género de progresso na perspectiva do produto alimentar, da variedade, da ilusão da abundância, como aliás existe por todo o país.
Passe a publicidade, para além dos vários Grula e Lojas Gi, tinhamos os Supermercados Litoral, o Intermarché, mas até aqui tudo bem. Mas recentemente abriu os Lydl, Minipreço e Plus. E parece que ainda não se fica por aqui. Já se fala na vinda de mais uma grande superfície de produtos alimentares para Sines.
Mas o que se passa? Come-se muito em Sines? Não sei porquê mas o termo "grande superfície alimentar" dá-me antes fastio. Talvez porque sou uma saudosista das velhas mercearias onde cheirava a fruta verdadeira.
Em termos económicos, para quem compra, há uma série de vantagens. Mas também há desvanagens: vão fechando as mercearias pequenas onde nos conheciam e nos tratavam pelo nome, fecharam as frutarias, estão condenados os pequenos supermercados onde os que não conseguem esticar o salário até ao fim do mês, vão deixando um papelinho.
E tudo isto em nome do quê? De que progresso?


 

Pedra do Homem, 2007



View My Stats