Nos incompletos balanços que aqui fiz sobre o ano de 2005 atribuí o prémio de "Grande Urbanizador" ao ministro Manuel Pinho. Nos ainda escassos dias de 2006 o ministro tem feito por não desmerecer da classificação. Ainda ontem o Expresso informava que Manuel Pinho ia urbanizar as margens do Alqueva. Grandes projectos turísticos irão nascer nas margens da grande reserva de água. Nem o Plano de Ordenamento - existente ou a elaborar, tanto faz - será entrave às intenções ministeriais. Em três meses o Plano de Ordenamento ou estará revisto ou estará elaborado, de acordo com a ministerial vontade, relatada no semanário. Nunca se viu nada assim.
Porque será que Sócrates não atribuí a Manuel Pinho a tarefa de fazer chegar a água do Alqueva aos campos agrícolas alentejanos? Talvez se pudesse resolver em meses aquilo que, notáveis incompetências, adiaram por muitos anos.

Adenda: Manuel Pinho é um político com sorte. Repare-se que nunca nenhum jornalista, ou qualquer blogue, invocou a eventual existência de conflito de interesses entre decisões por si fortemente influenciadas, de mudanças do uso do solo rústico e benefícios - apropriação de mais-valias simples, é disso que se trata - com essa mudança de uso associadas, por parte do seu anterior - e futuro? -patrão: o grupo Espírito Santo. Eu acho que esse conflito existe.


 

Pedra do Homem, 2007



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