A mensagem de Mário Soares aos trabalhadores dos estaleiros de Viana do Castelo, que lhe tinha sido comunicada pelo ministro da defesa a partir da China, foi um deslize do velho político que tem feito, aliás, uma campanha muito marcada pela confusão que se foi instalando desde cedo entre o apoio do PS e o apoio do Governo. O pior de Soares nesta campanha foi a sua incapacidade para descolar do Governo e para mostrar independência relativamente às políticas do Governo. Dir-se-á que necessitava do apoio e do empenho do PS como de pão para a boca tanto mais que Alegre lhe disputa taco a taco o eleitorado. Mas o Soares dos últimos anos, o jovem Soares, foi claramente afastado pelo "centrista Soares" excessivamente preocupado em concordar com todas as medidas políticas que o Governo toma. Não me recordo de nenhuma discordância. Esperava-se mais.

Adenda: O que atrás foi escrito não altera uma decisão tomada desde o ínicio a de que irei votar em Mário Soares. Alegre nunca me seduziu e a campanha que tem feito tem sido no essencial palavrosa e vazia. A cidadania é certamente outra coisa. Obviamente caso aconteça a segunda volta votarei em qualquer candidato de esquerda. Com coisas sérias não se brinca.


 

Pedra do Homem, 2007



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