Um ano com um balanço bastante negativo. Um governo com um ano mas que parece ter um século. Uma maioria absoluta desbaratada para governar quase sempre em desfavor dos mais fracos. Uma tradição que vem de longe. Ganhar eleições com os votos da esquerda governar em nome da direita. No essencial.
Medidas Positivas: Alguma moralização da classe política, com o termo de alguns privilégios. Mas neste campo foram mais as vozes do que as nozes. Além de que a situação social com mais de dois milhões de pobres é potencialmente explosiva e obriga a tomar medidas limitadoras das faustosas mordomias. Ataque, justificado, a algumas corporações da Administração Pública detentoras de regalias faraónicas, caso dos juízes, militares e corpos de segurança.
Medidas Negativas: Aumento dos impostos ( Subida do IVA; subida do preço dos combustíveis etc) contrariando uma promessa eleitoral. Aumento da repressão fiscal sobre as pequenas e médias empresas, com aumento da receita fiscal, sem tocar nos privilégios da Banca e dos que mais ganham e menos pagam. Estes dois factores conjugados induziram recessão e criaram desemprego. Fomento da urbanização do Litoral Português a coberto da designação de investimentos turísticos. Desnorte e complacência perante os negócios do sector energético. Aposta em investimentos tipo Refinaria de Sines, gravosos para o País em termos ambientais e sem qualquer interesse estratégico.
Fracassos: Falha no controle do défice. Acaba o ano com o défice encostado aos 6% apesar do aumento significativo da receita fiscal e das medidas de contenção da despesa que visaram sobretudo os mais desfavorecidos. O Plano Tecnológico. Uma coisa que até agora só deu demissões e nomeações umas atrás das outras. O cambate ao desemprego, um falhanço clamoroso. Os desempregados aumentam todos os dias e a taxa real já ultrapassa os dez por cento. O combate à pobreza e à exclusão social com a medida de atribuição de uma pensão minima de 300 Euros aos idosos a revelar-se mais propaganda do que outra coisa. A incapacidade para impor justiça social na distribuição da riqueza produzida. A demissão do combate à corrupção. A ideia ultraliberal de acabar com o Serviço Nacional de Saúde.
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