Jorge Sampaio dá hoje uma entrevista ao DN na qual aborda vários temas relacionados com a sua Presidência.
Nessa entrevista é abordada a questão da "sucessão" de Durão Barroso e o confronto com a liderança do PS. Diz Sampaio que "quando Durão Barroso diz que se quer candidatar a presidente da Comissão Europeia, é muito fácil dizer que eu tinha possibilidade de dizer que não. Ir para eleições depois da sua saída seria consagrar então o presidencialismo do primeiro-ministro. Então uma maioria que se diz sólida não pode apresentar outro candidato a primeiro-ministro?" para relativamente ao conflito com Ferro Rodrigues acrescentar que "Eu era contra a tese da dissolução, porque isso seria fazer batota, coisa que o Partido Socialista, na altura, não compreendeu. (...) Que é que eu hei-de fazer? Eu sou muito sentimental, mas nessas coisas, contrariamente ao que os portugueses pensam, sou muito inflexível. Fosse ele quem fosse, aquela era a minha decisão. Aliás, teve consequências que eu não esperaria que tivesse."
Como se vê Sampaio continua convencido que fez bem ao não convocar eleições após a fuga de Durão para Bruxelas. Eu que votei Sampaio duas vezes acho que terá sido o maior erro político do seu mandato e que as consequências para o país foram graves. Aliás é curioso perceber a forma como Sampaio minimiza as atitudes de Guterres e de Durão que, como se sabe, abandonaram as suas funções face às dificuldades que se adivinhavam. Não me parece bem.


 

Pedra do Homem, 2007



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