Ontem o programa "Prós e Contra" permitiu ficar a saber algumas coisas:
- A OPA lançada pela SONAE sobre a PT não significa que o Engº Belmiro esteja particularmente confiante na economia portuguesa. Quem evidenciou esta aparente contradição foi o jornalista Paulo Camacho da Visão. Belmiro não acusou o toque esclarecendo que o problema da SONAE e do País são diferentes e que a ele o que lhe interessa é a capacidade da sua empresa para concorrer e ser competitiva no mercado global. É bom saber estas coisas pela voz dos próprios tantos e tão disparatados foram os discursos, dos apóstolos, a associar OPA's a dinâmicas económicas e retomas da economia do país.
- Os números de Medina Carreira são dificeis de combater. Levam ao pessimismo e ao desespero já que não se adivinha que possam servir de base a um programa de ajustamento da economia. Medina Carreira tem uma receita: o Estado gastar menos. O problema é que o Estado gasta de formas muito diferentes e diminuir nos gastos sociais e no apoio aos mais desfavorecidos numa situação em que a pobreza já se instatalou na nossa sociedade pode ser dramático.
- Ás perspectivas de Silva Lopes, a confirmarem-se, permitem gerir a crise mas dificilmente permitirão tirar o país do buraco. Parece evidente que o Estado tem uma estrutura de gastos que foi desenhada para o crescimento dos anos 60-70, quando a economia subia 6 a 7% ao ano. Tempos idos e que não voltarão nos próximos anos.

Do debate percebeu-se que Silva Lopes e Medina Carreira - um não economista - estão num plano de discussão muito acima dos interlocutores. Recordei uma discussão entre Belmiro e o falecido Sousa Franco em que o antigo ministro das finanças lembrava ao empresário que o Estado era incomparavelemnte mais complexo do que a sua empresa.
Das declarações de Ferreira de Oliveira o gestor da Unicer e da GALP fica uma palavra de esperança: O futuro não pode ser uma simples projecção do passado. Quem nos dera.


 

Pedra do Homem, 2007



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