repetia um atónito Frank Ghery quando Santana Lopes o levou a visitar o Parque Mayer. Agora tudo se acabou. A Câmara Municipal gastou 2,5 milhões de euros de dinheiros públicos e, depois disso, resolveu despedir o arquitecto a quem entretanto pagou essa verba faraónica.
Do ponto de vista dos cidadãos lisboetas e de todo o país parece só restar uma possibilidade: exclamar como Ghery, "It´s magic, it´s magic!"
Carmona Rodrigues era o vice de Santana e dir-se-ia que decisões desta gravidade - a contratação e a denúncia do contrato - não eram decisões solitárias. Mas isso são ideias de quem ainda não descobriu que as Câmaras são o lugar por excelência para o exercício do poder individual dos seus Presidentes. Alguns chamam a esse exercício, caciquismo.

PS - A ordem dos Arquitectos - e a Ordem dos Engenheiros - assistiu impávida e serena à contratação, à revelia do mercado, deste projecto. Tal como assiste à denúncia do acordo e à delapidação deste dinheiro público.
A adjudicação de trabalho público de projecto e de fiscalização sem concurso tornou-se uma moda e uma vergonha nacional. Todos o fazem na câmara da sua aldeia. Depois na propaganda todos sabem que não se devem esquecer de escrever que o projecto foi adjudicado por "concurso público". Dá um ar sério à golpada.


 

Pedra do Homem, 2007



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