O Público da passada terça-feira titulava em Manchete "Plano Turístico do Alqueva passa de 480 para 22 mil camas". Desta forma o jornal ajudava a descobrir a verdadeira vocação do Alqueva. Aquela que desde o primeiro dia muitos apontaram como a única vocação e o único interesse deste enorme investimento público. Como se sabe da água do Alqueva continuam os campos alentejanos e a sua(?) agricultura à espera.
O que é caricato são as declarações sucessivas do Ministro do Ambiente, Nunes Correia, que vem agora argumentar com a baixa densidade da proposta: menos de quatro habitantes por hectare. Este argumento da densidade é uma falácia e absurdo do ponto de vista técnico. Não é por aqui que se pode ou não justificar o Plano. Qual é a área envolvida nos cálculos do Ministro? Toda a área de intervenção do Alqueva? A àrea de cada um dos polos a que o ministro se refere? O que é uma densidade alta ou uma densidade baixa quando se verifica um aumento do número de camas de cerca de 20 vezes a previsão inicial?
A questão que está em causa é o facto de este colossal investimento público - o maior alguma vez feito no Alentejo - estar a ser utilizado para viabilizar, unicamente, proveitos privados. Os promotores turísticos de altíssima qualidade, na expressão do ministro, quem são? Que relação têm com a estrutura fundiária existente? Que mais-valias arrecadarão com a aprovação deste Plano e em consequência directa do gigantesco investimento público que, entenda-se, foi investimento pago integralmente pelos contribuintes? Estas questões não encontram resposta por parte do Ministro Nunes Correia. Naturalmente.
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