... pois claro, tinham que começar a acabar. O Governo do engenheiro Sócrates não podia deixar passar mais esta oportunidade de alargar a sua "base social de apoio". Marques Mendes veio logo esclarecer que mais vale tarde do que nunca. A direita, em geral, rejubila tal como alguma esquerda que nunca percebeu o interesse da coisa.
Não é dificil a questão das SCUT´s. É uma medida de promoção do desenvolvimento regional e sobretudo de correção das assimetrias entre o interior e o litoral entre o centro e a periferia. Trata-se de uma decisão política que só um político da dimensão - rara entre os seus pares - de João Cravinho podia conceber.
Quem teve oportunidade de escutar o debate entre o engenheiro e a drª Maria José Nogueira Pinto - ontem na SIC-Notícias - percebeu claramente como a clarividência e a clareza dos argumentos de um chocava contra a certeza inabalável fundada na ignorância e no desconhecimento da sua oponente.
Por mais que Cravinho explicasse que a invocação do príncipio do utilizador- pagador no caso das SCUT´s era um erro crasso a senhora insistia nos mesmos argumentos. Os benefícios das SCUT´s são em cerca de 50% apropriados pela região de Lisboa e Vale do Tejo. As regiãões na quais as SCUT´s se situam absorvem 25 % dos benefícios e os restantes são absorvidos pelo resto do País. Os beneficiários das SCUT´s não são só, ou sobretudo, os utilizadores pelo que é - como agora decide o governo do outro engenheiro - errado serem eles a pagar um benefício que é de todos.
Estas obras melhoram a coesão territorial, fomentam a iniciativa empresarial fora dos grandes centros, atenuam o isolamento de grande parte do interior - uma da heranças mais negras do salazarismo - e têm um reflexo enorme no dinamismo da economia porque alargam a dimensão dos mercados e aproximam os consumidores. As regiões mais desenvolvidas - de que Lisboa e Vale do Tejo é o expoente máximo - estão, naturalmente, melhor preparadas para tirar mais partido deste clima favorável.
O resto são cantigas e a tradicional ignorância e incompetência da classe política de que a vereadora do PP na Câmara de Lisboa até não costuma ser exemplo.


 

Pedra do Homem, 2007



View My Stats