Este Orçamento de Estado é mais do mesmo. Quer isto dizer que as corporações vão continuar a pagar a diminuição do défice, seja pela via da redução da despesa seja pela via do aumento da receita.
As corporações para este Governo são: os funcionários públicos esses ganda malandros, sobretudo os professores, e os pensionistas e reformados, esses insuportáveis mandriões, que dramaticamente vivem cada vez mais, certamente por excesso de cólidade de vida.
Reformas mensais superiores a 400 euros passam a pagar impostos, corrigindo assim essa enorme e insuportável desigualdade. Para juntar a essa pequena contribuição para o desígnio nacional de combate ao défice, caso adoeçam passam a pagar internamento, eliminando essa atroz desigualdade que representava o facto de as pessoas doentes pagarem pelo internamento o mesmo que as... pessoas saudáveis. O IMI, este ano já sem o período de carência, começa a doer a sério aos que compraram uma cazita à décadas e pensavam que pelo menos isso era um bem seguro. Na luzita podem poupar vivendo sobretudo às escuras o que traz ganhos indirectos pelas economias nas despesas públicas com os tratamentos oftalmológicos.
Entretanto o tio Belmiro e os seus amigos passam pela televisão, numa feliz e prasenteira unanimidade, a elogiar a coragem do Governo. Estão cada vez mais socialistas estes homens. Grandes portugueses que a senhora Elisa não colocou ao lado do Camões e do Vasco da Gama. Ganda injustiça, pá.
E ainda há quem critique estas medidas. Quem faça greves e manifestações em defesa dos seus insuportáveis e escandalosos, é bom que se diga, privilégios. Como se houvesse outra alternativa. Abençoado Governo que insiste em acabar com tantas desigualdades, que causam tantos problemas ao nosso País.


 

Pedra do Homem, 2007



View My Stats