Marques Mendes faz-me lembrar, cada vez mais, o Rodrigo Tello. Tal como o esquerdino chileno, que o SCP contratou como uma futura estrela de nível mundial, Marques Mendes nunca é capaz de fazer dois bons jogos seguidos. Depois de uma boa exibição - dossier das PME´s - que deixou as hostes a pensar que afinal talvez não estejamos perante um caso sério de manifesta incompetência, o líder do PSD arranca, quase de seguida, uma exibição tristonha incapaz de se libertar do pior estilo, da mais requentada demagogia e oportunismo político. Assim, como se tivesse necessidade de apagar aquilo que de bom fizera, não fosse alguém pensar que estávamos perante um sério candidato a líder. Acabo de ver Marques Mendes, ladeado por Carmona Rodrigues - uma companhia de mérito duvidoso se atendermos ao passado recente na Câmara deLisboa e na EPUL e ao tema em análise - e pela esposa do herdeiro do BCP, perorar sobre a proposta do Governo para as finanças locais e regionais. Pura demagogia. Puro oportunismo político.
Se Sócrates fez alguma coisa boa nestes últimos tempos foi a proposta de revisão da lei das Finanças regionais e locais. É tempo de dizer Basta. Basta de gastos faraónicos e em proveito mais do calendário eleitoral dos autarcas do que dos interesses das populações. Basta de caciquismo pseudo-separatista e de gastos faraónicos para enriquecimento de uma pequena minoria enquanto a generalidade da população permanece no atraso e na pobreza, como acontece na Madeira.
Marques Mendes, se não lhe faltasse o engenho e a arte de que se fazem os verdadeiros líderes, teria apoiado Sócrates nesta batalha. Uma batalha justa entre outras que nem por isso.


 

Pedra do Homem, 2007



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