A generalidade da imprensa tem atacado como nunca Marques Mendes nos últimos dias. A razão próxima não foi desta vez uma das habituais opções de mérito duvidoso que o líder do PSD tenha tomado do estilo "repúdio pela lei das Finanças Regionais" ou "apoio ao querido camarada Alberto J.J." . A razão foi a entrevista de Cavaco Silva e a sua manifesta colagem ao Governo do engenheiro.
A inevitabilidade da excelente relação entre o Presidente da Rrepública e o primeiro-ministro resulta do facto muito simples de o entendimento político entre eles ser bastante profundo. As opções do PS nas Presidenciais e o fraco desempenho de Sócrates e do partido no apoio a Soares davam testemunho dessa convergência. A Sócrates a derrota nas Presidenciais soube-lhe a uma saborosa vitória. Ambos estão de acordo com o essencial das políticas que têm sido concretizadas. O socialista Sócrates e o social-democrata Cavaco estão de acordo com o essencial que já foi feito e assim continuarão no futuro a menos que o Governo tivesse alguma deriva esquerdista.
Desta vez Marques Mendes é o menos responsável. O centrão político que governa o País dispensa o PSD para prosseguir as políticas que interessam à direita. A Marques Mendes resta-lhe esperar por outros tempos quando a contestação popular subir de tom e o número de descontentes aumentar. Esse tempo chegará. É do domínio da inevitabilidade. Não se sabe é se Marques Mendes aguentará até esse momento.

Adenda: O ataque que o Ministro Santos Silva fez ao líder do PSD em defesa do Presidente da República foi lamentável. Santos Silva faz bem este papel e talvez por isso o liberal Sócrates - segundo S.S. - o mantenha no Governo.


 

Pedra do Homem, 2007



View My Stats