Saiu mais um número do Sineense, o jornal do município de Sines cujo director é o seu Presidente. Este número aborda o assunto da requalificação do mercado. A fotografia publicada dá uma imagem desoladora da zona das bancas do peixe. Parece um barracão velho e abandonado no qual já só falta retirar as últimas máquinas ou equipamentos. Pode ver aqui. Na edição impressa, por puro azar (não se riam, por favor), a fotografia está queimada e amarelada o que acentua este ar já de si bastante decrépito.
A notícia publicada nesta edição não fala da reunião da Assembleia Muncipal que se realizou no passado dia 16 de Novembro. Sendo esta edição dedicada aos meses de Outubro e Novembro porque razão omitirá ela a referida reunião da Assembleia Muncipal? Estaremos perante uma acção de censura da CDU à CDU, já que a maioria na Assembleia é liderada pela mesma força política? Quando assim é, e a realidade diz-nos que é isso que está a acontecer, o que acontecerá à oposição ou à sociedade civil?
A notícia em questão ajuda-nos a responder. Escreve-se no Sineense que "em reunião realizada dia 24 de Outubro, a Câmara Municipal de Sines informou os concessionários do mercado das transformações previstas e ouviu e registou as suas observações e propostas no sentido de melhorar o projecto, conjungando o interesse de todos".
O facto de os comerciantes terem reagido muito mal à proposta do Presidente da Autarquia e de a reunião ter sido tudo menos pacífica é completamente omitida e deturpada. A oposição dos comerciantes ficou expressa na reunião da Assembleia Municipal com a sua participação e com alguns excessos verbais.
No Sineense só fala o Presidente. É ele que opina sobre o mercado. As posições das outras forças políticas, incluindo aqueles que na CDU se opõem ao projecto, ou que não se consideram esclarecidos, como acontece com o Presidente da Assembleia Municipal, são completamente silenciadas. Estamos perante um orgão de propaganda unipessoal.
O Sineense devia ser pago com o dinheiro do Presidente e não, como acontece agora, com o dinheiro de todos os contribuintes.


 

Pedra do Homem, 2007



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