Vital Moreira denuncia o facilitismo que está por detrás da farta admissão ao sistema de ensino superior de mais de uma dezena de milhar de pessoas que não concluiram o ensino secundário. Uma boa ideia neste país acaba sempre nisto. A malta só tem que esperar tranquilamente até aos 23 anos -haverá um Governo proximamente que baixará este limite para 21 ou 22 anos, ou mesmo 20 - e depois entra para o curso que pretender. Virá mais tarde um outro Governo que decidirá que os alunos que provarem terem frequentado um curso superior sem o concluírem e que tenham posteriomente adquirido competência possam adquirir a licenciatura ou mais facilmente o bacharelato. Claro que nas privadas é sempre mais fácil. Muitas necessitam de alunos como de pão para a boca e sem este expediente fechavam. Junta-se o útil ao agradável já que os alunos necessitam apenas do título académico que lhes permite concorrer ao lugar que o partido tem vago naquela empresa pública ou na delegação daquele ministério em Évora,Beja ou algures. Alunos para quem o pagamento das propinas não constitui problema. Os fins compensam largamente os meios. Existirão excepções, claro. Pessoas com elevadas qualificações mas que nunca frequentaram qualquer curso superior. Nas nossas actividades profissionais todos conhecemos exemplos desses. Mas 14 mil só neste ano? E quantos mais nos anos seguintes?
Claro que este upgrade no número de alunos que frequentam o ensino superior fica bem nas estatísticas internacionais. Claro que este acréscimo de licenciados - com o desemprego de jovens licenciados a atingir as dezenas de milhar - era uma necessidade vital para o País e sobretudo para os que necessitam de poder continuar a gerir o stock de mão-de-obra barata e com formação a seu bel prazer.
Temos que qualificar os portugueses. Mesmo à bruta temos que conseguir. Não interessa o conteúdo da qualificação o que interessa são os números.
Adenda: A forma de certificação das competências terá muito que se lhe diga. As instituições boas certificam, certificam, são verdadeiras máquinas de certificar competências. O ranking, que se irá estabelecer entre os interessados, dar-lhes-á o devido destaque. Terão um futuro risonho: muitos alunos e largos proveitos económicos.
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