passou em repetição esta noite um trabalho do jornalista Bernardo Ferrão sobre os cidadãos que esperam à porta dos supermercados pelo lixo para daí tirarem alimentos para si e para as suas famílias. Cidadãos que viverão acima das suas possibilidades como diria a historiadora que referi aqui. Fica a intervenção lúcida e corajosa do director da Cais, Henrique Pinto, que criticou a situação existente no País de desigualdade na distribuição da riqueza que está na base da existência de um número cada vez maior de pobres. As campanhas de recolha de bens e a solidariedade institucional que por aí se faz são muitas vezes manifestações hipócritas de quem não quer mudar a essência das coisas.

Adenda: Henrique Pinto proferiu uma frase que reproduzo de memória e que considero lapidar: " Podemos conseguir recolher carradas de alimentos mas não conseguimos recolher as carradas de dinheiro que por aí há."


 

Pedra do Homem, 2007



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