Cavaco Silva deu uma primeira medida das exigências futuras. Afirmou que são exigidos resultados. Que os sacríficios exigidos obrigam a que se alcancem resultados. Mais do que uma crítica ao Governo foi a proclamação de que as polítcas que este tem concretizado estão ainda sujeitas ao teste da verificação da sua eficácia. Estabeleceu um prazo; um ano. Se as coisas não correrem bem outro galo cantará.
Sem comprometer a cooperação estratégica com Sócrates deu um pequeno sinal do que poderá fazer no futuro. Desta forma pretendeu diminuir as críticas dos que à direita, sobretudo no PSD, o acusavam de uma excessiva identificação com as políticas do Governo. Um acto apesar de tudo revelador da incomodidade que essas críticas provocam ao Presidente da República.
Para lá das leituras mais ou menos próximas da realidade o que para a generalidade dos portugueses interessará do discurso de Ano Novo pouco será. É que, apesar da esperança que sempre representa o aviso ao Governo sobre a necessidade de resultados e as declarações de esperança no futuro, os porugueses, com Sampaio, tiveram dez anos de fartas esperanças, sempre renovadas, e de dificuldade crescentes, nunca atenuadas.


 

Pedra do Homem, 2007



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