A opinião de Miguel Sousa Tavares no Expresso. Uma reflexão sobre os diferentes tipos de empresários e de empresas suscitada por uma reportagem de Raquel Moleiro saída na edição anterior da revista do Expresso que comparava uma operária que trabalha para a corticeira de Américo Amorim e um quadro da Xerox. Cito: "(...) se não fosse o salário da segunda tão miserável, ainda se poderia tentar compreender: diferentes qualificações, diferentes salários e regalias. O que já não dá para justificar são as diferenças abissais na política social de ambas as empresas, e isso é igual para todos os tabalhadores. Na Xerox, ao quarto mês de licença de parto, a empresa junta um quinto mês, por sua iniciativa e extensível aos país; dá 27 dias úteis de férias por ano, mais duas pontes e o dia de aniversário do trabalhador; tem creche, ginásio com professor (...) Já a trabalhadora da Corticeira Amorim não tem direito a nada disto. Trabalha em pé oito horas por dia, com uma hora de intervalo para almoço, com a função de escolher, entre quase 100.000 rolhas que lhe passam à frente todos os dias, quais as que têm defeito.(...) Mesmo assim, foi preciso uma greve para que as escolhedoras de rolhas da Corticeira Amorim conquistassem o direito a ter um intervalo de quinze minutos de manhã e outro à tarde.(...)"

Adenda: No artigo acima referido MST refere-se num P.S às mudanças no Público. Assino por baixo. Também eu não me acostumei à substituição do meu jornal de todas as manhãs por um jornal que se "(...)transformou numa variante dos panfletos publicitários da Moviflor, no mais totalmente descaracterizado, incompreensível e pior.(...)"


 

Pedra do Homem, 2007



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