No Expresso o geógrafo Jorge Gaspar, eminente urbanista, defende a opção OTA em termos de ordenamento do território. Acha o professor que desse ponto de vista a OTA é a melhor solução. Para Jorge Gaspar a boa localização do aeroporto "é a que vai ao encontro do centro de gravidade das dinâmicas económicas e demográficas (...) o novo aeroporto terá que aproximar-se do centro de gravidade da àrea Metropolitana de Lisboa, que tem 2,5 milhões de habitantes a norte do Tejo e 750 mil a sul"
Esta realidade que Jorge Gaspar nos descreve é a mesma que permite que, ainda em termos de ordenamento do território, se defenda o inverso do que ele defende, isto é, que a localização seja a sul da AML. Só assim se permitirá concretizar o objectivo do Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa, cujo modelo territorial aponta para o reequílibrio entre as duas margens. Não se percebe como se poderá ordenar o território canalizando recursos para as regiões mais densamente povoadas, para os territórios nos quais já são visíveis os efeitos nefastos de uma sobreocupação, como acontece de forma evidente com a parte norte da AML.
Mas, no Expresso aparecem outras opiniões, em particular a de José Manuel Viegas que evidencia o facto de o Poceirão custar menos 1500 milhões de euros do que a OTA. E estamos a falar, provavelmente, do nosso maior especialista em transportes.
Mas, já que se fala em dinheiros e existe uma corrente que não quer a OTA nem qualquer outra soluçã,o porque não se concentra essa gente na recusa da ligação por TGV entre Lisboa e o Porto, essa obra extremamente cara que permitirá poupar, pasme-se, trinta minutos entre Lisboa e Porto( se tudo correr bem ...). Essa sim uma obra própria de um país de nababos.
No desenvolvimento dos países há as regiões que ganham e as que perdem. Mas um país que acentua de forma deliberada uma hipertrofia já tão evidente do corredor Braga-Setúbal é um país que irá certamente perder no futuro.


 

Pedra do Homem, 2007



View My Stats