FELICIDADE
A felicidade sentava-se todos os dias no peitoril da janela.
Tinha feições de menino inconsolável.
Um menino impúbere
ainda sem amor para ninguém,
gostando apenas de demorar as mãos
ou de roçar lentamente os cabelos pelas faces humanas.
E, como menino que era,
achava um grande mistério no seu próprio nome.
Jorge de Sena in Perseguição (1942) publicado nos Poemas Escolhidos de 1989 pelo Círculo dos Leitores


 

Pedra do Homem, 2007



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