A polémica do Mercado Municipal de Sines - um assunto ainda não encerrado - fez alguns estragos na tradicional unanimidade da CDU. Para além da pública, e muitas vezes agreste, discordância entre o Presidente da Câmara e o Presidente da Assembleia Municipal, o deputado, eleito pela CDU, Acácio Dionísio dos Santos apresentou, na última sessão da Assembleia, uma carta em que renunciava à condição de membro da bancada da CDU assumindo o estatuto de deputado independente. O motivo próximo foi a falta de liberdade e as pressões que sofreu por se ter oposto à decisão de demolir o mercado, correspondendo dessa forma àquilo que considerava ser a opinião maioritária da população. Trata-se de uma situação inédita. Nunca um deputado municipal eleito pela CDU abandonou a coligação permanecendo como independente. Noutras situações em que se verificaram abandonos com base em discordâncias sobre actos de gestão da autarquia os envolvidos abandonaram a Assembleia. O caso mais conhecido foi o do já falecido João Carlos Almeida que saiu da Assembleia, integrava a lista da CDU eleito como independente, por discordar da forma como a Câmara pretendia gerir o processo de Urbanização das Percebeiras que integrava a área abrangida por um Plano então existente chamado "Plano da Zona de Reserva Habitacional".
A atitude do deputado municipal Acácio merece destaque. No seu contrato com os eleitores não vigorava a proposta de demolir o Mercado. Por outro lado a forma como o Presidente da Câmara manipulou o processo evitando a discussão pública do mesmo é de molde a envergonhar quem está na política para servir o interesse público e as populações da sua terra em particular.


 

Pedra do Homem, 2007



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