esteve nas bocas do mundo por desavenças entre os seus dirigentes. Do que nos foi dado ver e ouvir, sobretudo como resultado das acusações que as personagens trocaram na praça pública, pensariamos que estávamos perante uma organização de carácter mafioso cujos negócios tinham caído no domínio público por desavenças entre as partes. Desvio de milhões de euros, tráfico de diamantes, ligações ao incorruptível regime angolano e outras áreas de negócio que julgaríamos longe do ideal universitário. A dita Independente fechou portas e voltou a abri-las, num ápice. Com profesores doutores, ou apenas professores, recrutados entre os Deputados da República, alguns dos quais não sabiíamos sequer que já tinham tido tempo, e capacidade, para iniciar e concluir licenciaturas. Provavelmente antigos alunos bafejados pela excelência do ensino que dá acesso a lugares de prestígio como o de deputado ou de ministro.
Um caso como este, tornado público sem que daí tivessem advindo consequências para os protagonistas do triste espectáculo, mostra bem o ponto a que chegámos. Mostra bem como é falsa a aposta da classe política na qualificação dos portugueses. Falsa desde o primeiro Quadro Comunitário de Apoio diga-se. A qualificação, sabem eles, é apenas uma questão de títulos académicos. Para isso universidades como a Independente dão muito jeito. Um titulo académico é um título académico, se me é permitido parafrasear Vale e Azevedo. Para um lugarzito de nomeação política serve muito bem. E para os concursos que por aí se fazem igualmente. O que importa são os meios para atingir os fins do sucesso e do poder pessoal. Ora como se sabe, em Portugal, esse percurso é Independente do mérito, do estudo, do trabalho. Depende de outros argumentos.
Não há País que aguente este Estado de coisas.


 

Pedra do Homem, 2007



View My Stats