Sobre a segunda parte da entrevista as novidades foram poucas ou nenhumas. O primeiro-ministro não vai mudar de rumo porque isso corresponderia a uma irresponsabilidade etc, etc, tc. Mas não se poupou a puxar pelos galões de esquerda com a inevitável referência às marcas civilizacionais: a lei do IGV, a lei da paridade, a lei da reprodução medicamente assistida. Ufa, tanta esquerda.
Razão tem André Freire que na RTP N - o melhor painel de comentadores - concluia que as marcas de esquerda deste governo são definitivamente e apenas para estas questões culturais. Depois sobrepõe-se a fatalidade histórica de ser eleito à esquerda e governar em nome dos interesses da direita. Marques Mendes bem pode candidatar-se à presidência da tal comissão independente que vai estudar a licenciatura de Sócrates.O campo político à direita continua completamente ocupado. Não há lugar.

PS - de todas as - mais que suficientes - explicações de Sócrates apenas uma questão me pareceu desproprositada: a sua referência ao facto de ser normal que uma Universidade admita um aluno apenas com base na declaração das habilitações pelo próprio. Ainda que depois não emita o certificado de habilitações sem que as anteriores qualificações tenham sido certificadas. Julgo que a regra é contrária a este procedimento que não releva do bom senso. Na Independente pode ter sido assim e Sócrates não terá qualquer culpa nisso. Mas escusava de ter afirmado que é assim em todo o lado. Não é e ainda bem.


 

Pedra do Homem, 2007



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