O Público dedica o destaque de hoje ao dossier OTA. Ainda bem que o faz. Para lá da recuperação do que se tem dito sobre as vantagens das novas localizações a sul do Tejo, o jornal publica novas declarações de Elisa Ferreira. Esta eurodeputada do PS e ex-ministra do ambiente, quando José Sócrates era Secretário de Estado da mesma pasta, tem sido muito citada nas últimas semanas a propósito das razõs que levaram ao chumbo de Rio Fio. Mas é sobretudo aquilo que Elisa Ferreira diz sobre a OTA que deve ser ponderado. "O Governo tem de actualizar o que tem de ser actualizado (...) o argumento de que se avalia o assunto há 30 anos não é válido(...)Temos de ver a viabilidade económica a prazo, tendo em conta o desvio de tráfego que pode ser feito com o TGV e com uma exploração normal no Aeroporto Sá Carneiro. É preciso garantir que as projecções estão válidas, pois os privados entram com uma estimativa de tráfego e, se esta não for cumprida, o Estado tem de os compensar como aconteceu com a Ponte Vasco da Gama(...) Se tudo isto não foi avaliado, digo não à Ota; se o foi, que se diga de forma muito clara, pois, como cidadã, preciso de ter a confirmação destas respostas.(...)Pelos dados que me deram, a Ota era a melhor opção, mas, se não estiver garantida a segurança, a viabilidade financeira e as perspectivas de tráfego, pare-se e equacionem-se outras alternativas(..)".
Já quanto às posições de João Cravinho não me parece que o jornal esteja a ser rigoroso. Nunca escutei o ex-ministro a manifestar dúvidas sobre a OTA. As declarações reproduzidas parecem-me pouco claras. Mas, a confirmar-se, seria certamente uma dúvida de peso.


 

Pedra do Homem, 2007



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