A TVI apresentou uma peça com declarações do ministro Mário Lino sobre a OTA e, sobretudo, sobre os ditos estudos alternativos que, para ele, não passam de memorandos. O ministro citou especificamente o memorando do professor José Manuel Viegas, assimilando-o, en passant, a centenas de outros memorandos e power points que diz receber.
A TVI convidou o professor catedrático de transportes do IST - é sempre bom localizar correctamente, nos tempos que correm - e o ministro Mário Lino que, como se sabe, é engenheiro. Bom, o ministro faltou à chamada. Mas, o professor não faltou e explicou, com liminar clareza, duas ou três coisas muito smples: 1º) o dito memorando foi entregue em Janeiro de 2006 e sobre ele o professor nunca falou em público, nem obteve do ministro qualquer resposta. Até que o assunto caiu com estrondo na praça pública; 2º) as alternativas indicadas no dito memorando foram encontradas com o recurso a uma nova metodologia, possível com as novas tecnologias de pesquisa georeferenciada, em que se procuram localizações possíveis em vez de se compararem localizações já pré-estabelecidas; 3ª) quem perdeu tempo, se a questão se põe, foi o ministro que durante 14 meses não distingiu a qualidade dos power points que lhe chegaram. Mas não é grave já que a opção OTA vai gastar 3 anos a preparar o terreno para poder receber - condignamente, digamos assim - o aeroporto. Ora os estudos sobre a nova localização não necesitam de tanto tempo. São realizáveis em menos de um ano. 4º) por último, um pequeno factor não dispiciendo: a nova localização envolve uma popupança pública de cerca de 50% do investimento.
Caso para perguntar? A quem comprava você um memorando? Ao professor Viegas ou ao Ministro Mário Lino? Eu, entre os meus dois distintos colegas, não tinha nenhumas dúvidas. Apesar de achar o engenheiro Mário Lino uma pessoa muito simpática.


 

Pedra do Homem, 2007



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