provocou inevitáveis polémicas a entevista de Mário Soares à Única. VPV, um confesso admirador do velho socialista, acusou-o de estar cada vez mais parecido com Cunhal.
Soares mantêm-se, afinal, fiel a si próprio. Capaz de ser, em simultâneo, um adepto confesso das correntes que mais contestam a evolução da globalização, a hegemonia americana, as posições israelitas no conflito do médio oriente e as lideranças europeias que constroem uma Europa a várias velocidades e apoiar, sem reservas, as políticas internas do governo socialista que concretizam essas políticas que fazem do combate ao défice a única ideologia. Soares raramente foi capaz de ser um bom crítico dos seus.
Bom, na entervista ao Expresso, Soares manifesta, pela primeira vez publicamente, as suas discordâncias relativamente a Sócrates. Há uma frase exemplar: " Em dois anos de Governo, Sócrates acumulou demasiadas más vontades. Na classe média , no povo, no seu eleitorado tradicional. É tempo, julgo, de corrigir o rumo, pensando mais à esquerda.(...)"
O velho leão está já a ver aquilo que as sondagens ainda não reflectem.


 

Pedra do Homem, 2007



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