Era desta realidade, inevitável a prazo face às opções políticas deste Governo, que Soares falava na entrevista ao Expresso e, depois, na Universidade de Verão do PS em Setúbal. As sondagens são lentas a traduzir a realidade mas não a ignoram. Mais tarde ou mais cedo.
O Governo, o PS e sobretudo Sócrates, assistem a um recuo daqueles que os apoiaram, certamente mais cedo do que esperariam e não no melhor momento político. Todos mantiveram um nível elevado de simpatias por força de uma recomposição da base social de apoio que levou os socialistas ao poder com maioria absoluta. No momento em que a direita começa a exigir cada vez mais do Governo - vidé as exigências recentes do Compromisso Portugal - fica à vista a debandada de parte da esquerda que apoiou o PS em Fevereiro de 2005.

PS - Estes resultados não são boas notícias para António Costa em Lisboa. As asneiras políticas de Sócrates de que a falta de grandeza que as pessoas associam à sua acção contra o autor do blogue Portugal Profundo, e a ausência de uma atitude firme de repúdio pela acção da directora da DREN no caso Charrua ajudam a agudizar os afeitos nefastos do aumento do desemprego e das dificuldades crescentes de cada vez mais portugueses.


 

Pedra do Homem, 2007



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