"Vivemos num país em que as pessoas são livres de dizer aquilo que pensam"(*) terá afirmado, ontem , a senhora secretária adjunta da saúde, "desde que seja nos locais apropriados". Falta apenas o Governo a que a senhora secretária de estado pertence mandar sinalizar devidamente os locais apropriados. Não vá a interpretação da senhora revelar-se muito restritiva - as esquinas, a casa dela, os cafés - com base numa "sensibilidade social" muito censória ou ao invés a senhora estar possuída por uma sensibilidade social do tipo mãos-largas já que o conceito de esquina tem muito que se lhe diga e os cafés, há quem o afirme, são uma das marcas identitárias da Europa em que vivemos. Imagine-se o que não poderia o ministro - ou o Governo - ciosos do respeitinho dar com a maltosa toda a criticar abertamente o Governo por tudo o que são cafés do país. Um desastre.

PS- (*) - seria uma tremenda injustiça não reconhecer à senhor ao mérito de nos recordar este nosso direito fundamental. O problema está no facto de a senhora, sendo um membro do Governo, ter tido necessidade de o fazer.


 

Pedra do Homem, 2007



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