O Festival de Músicas do Mundo de Sines experimenta este ano, durante dois dias, um formato incompreensível. A organização decidiu recolher o Festival ao auditório do Centro de Artes. Trata-se de uma tentativa semelhante à de pretender meter o Rossio na Betesga. O auditório tem cerca de 150 lugares sentados e, com jeito, aguenta mais trinta ou quarenta de pé. Qualquer dia do FMM chama mais de 2000 pessoas e nas grandes noites no Castelo são comuns lotações superiores a 5000 pessoas. Na sexta-feira em Porto-Côvo, com uma noite péssima e um frio de rachar, estariam mais de 1500 pessoas e as entradas custavam 5 euros. Porque razão se realizam espéctáculos com entrada livre num recinto que nunca levará mais de 200 pessoas? Se descontarmos as reservas antecipadas para a NomenKlatura, para os quadros das empresas que pagam a coisa e para alguns sortudos, quantas reservas estariam disponíveis para o povo em geral?
Pelos vistos existe a vontade política de inscrever o Centro de Artes no roteiro do Festival. Ora, se a vontade política pode muito o que é um facto é que, nesta altura, já não consegue aumentar a lotação do pequeno auditório. A opção foi diminuir, à força, a audiência do Festival.
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