Por sugestão de um amigo andei a ver fotografias dos jardins de Kyoto: a exeburância matizada da natureza é simplesmente magnífica. Recordei depois alguns passeios que fiz durante as férias nos parques do Luxemburgo, em Londres e em algumas cidades da Holanda e da Bélgica. Ali, os parques são amplos, habitados por muitas espécies de aves, têm grandes clareiras verdejantes, arbustos e árvores frondosas. Muitos deles são serpenteados por passeios destinados às bicicletas. Os percuros, raramente monótonos, são acompanhados por pequenos cursos de água corrente que se abrem em lagos. Para além dos parques, muitas dessas cidades têm árvores e as pessoas cuidam dos seus pequenos jardins e das plantas que nos espreitam, aqui e ali, das janelas e das entradas.
O contacto com a natureza é uma das coisas que nos leva a sair de casa, a refrescar a mente depois de um dia de trabalho ou simplesmente a ter um pensamento mais fluído. É pena que na grande maioria das cidades portuguesas, inclusive onde vivo, Sines, isso seja esquecido ou levado para segundo plano perante uma desagradável paisagem de betão. Com a excepção dos locais de onde se avista o mar, não nos apetece passear em Sines. A degradação do centro histórico por onde desfilam intermináveis rolos e fios de electricidade, a aridez da construção e a ausência do verde numa cidade descuidada não convidam a sair. Seria muito pedir ao menos mais árvores? Ai se não fosse o mar e os bonitos recortes da terra... é que a natureza é, não nos desilude.
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