nada de extraordnário neste resultado. Em eleições directas ganha sempre o líder mais populista e aquele que melhor dominar as estruturas locais do partido. Em eleições directas ninguém poderá ganhar contra essas estruturas locais. Claro que a geografia da eleição mostrará, se necessário for, que a vitória se faz a partir de algumas zonas específicas. Por exemplo, alguém duvidará que o PSD em Gaia tem uma "militância" e teve um número de votantes muito superior a qualquer outro concelho? A passagem pelo Governo, situação que não se aplica a Menezes mas que foi muito referida a propósito de Sócrates, permite construir -usando as relações Estado-Partido - uma teia de influência nos territórios que contam, que a seu tempo irá atapetar o acesso ao poder.
Por outro lado as directas valorizam muito os sindicatos de voto se não se tomarem medidas de salvaguarda muito rigorosas. Centenas, ou milhares, de militantes com a mesma morada e com a sua quota a ser paga pela mesma pessoa dão ao filantropo um poder que o faz automaticamente elegível para as estruturas regionais do partido e para lugares como o de deputado. Se não chegar mais longe é apenas porque não tinha nascido para a coisa.
Será que existe por aí algum lunático que ache que isto apenas se passa no PSD?


 

Pedra do Homem, 2007



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