O caso do filho e dos amigos de Jardim Gonçalves colocou o senhor Berardo a espumar em directo, e no dialecto que utiliza, na televisão. Espuma táctica ao serviço do seu interesse em mandar para casa o velho Jardim, que as prácticas bancárias que agora critica são do seu conhecimento e do conhecimento de todos, desde sempre. Trata-se de um indignação que soa a falso mas que, ampliada pelo prime time, mobiliza as hostes contra o velho patriarca. E acorda da sua sonolência profunda o Banco de Portugal e a CMVM, esses garantes de coisa nenhuma.
Claro que a banca usa de dois pesos e de duas medidas. Claro que a banca, que é inflexível com o pobre que não pode pagar o empréstimo da casa e a quem dsespeja sem dó nem piedade, é permissíva e conivente com o rico que deixa um calote de milhões. Sobretudo se o rico for um dos nossos. Ora, em Portugal, os ricos são sempre um dos nossos. Porque não há outra possibilidade, hoje como ontem no tempo do António de Santa Comba.
É duplice a canalha que manda e que se governa. A mesma canalha sempre com a mesma ganância e com a mesma avidez. Beatos a tresandarem de fé.
Vampiros, chamavas-lhe o Zeca Afonso.
Etiquetas: Política.Capital