quem faz a pergunta é Daniel Sampaio, na sua crónica da Pública de hoje. Cito:" 2007 foi um ano mau para o Governo.(...) Acima de tudo perdeu-se a esperança. Ouve-se na rua o ruído de grandes manifestações, mas sobretudo pressente-se a apatia, o desinteresse pela política, a falta de entusiasmo, a indiferença ou desdém para com os membros do governo (odiados ou apenas tolerados, nunca estimados), que se empertigam ao menor sinal de oposição. Não há, por enquanto, alternativa, mas isso deveria ser o alento para fazer cada vez melhor. Começar por compreender que são necessárias rupturas, mas que só as conseguimos com êxito se reconhecermos a importância do outro: aquele que protesta na rua contra o encerramento do serviço de urgência ou contra o fecho da escola não compreende facilmente a argumentação técnica que pode justificar a medida: sabe, pela sua vida, que a escola e o hospital dignificam a terra e que, sem eles, o deserto estará mais próximo. Na realidade, ninguém se deveria gabar do fecho de uma escola ou do encerramento de um hospital: é preciso perceber que se está apenas a oferecer um binóculo longínquo a quem acaba de perder os óculos...
Há um claro problema de comunicação entre o executivo e as populações visadas: a isto, o governo responde com argumentos técnicos ou com a denúncia da "perda de privilégios". Não chega. Não se percebe por que razão tanto ri o governo!"2008 está aí. É urgente mudar: admitindo os erros, devolvendo a esperança."
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