No domingo os venezuelanos vão decidir se apoiam ou rejeitam as pretensões do presidente Hugo Chavéz. Eu espero que rejeitem da mesma forma que espero que Hugo Chavéz continue a governar e que mantenha o essencial da sua política, que tem ajudado a diminuir a chocante pobreza e a combater a chocante captura dos rendimentos do petróleo por uma infima e poderosa minoria. Depois de Chavéz ver-se-á se o povo que se tem mobilizado para o reeleger sucessivamente, esse povo que parece ter voltado a acreditar que a política não tem que ser sempre conduzida contra os interesses da maioria mais desfavorecida, escolhe alguém que lhe suceda e sobretudo que defenda o mesmo tipo de linha política, sem os desnecessários, desvarios populistas.
Adenda: As últimas notícias da imprensa internacional dão conta de grandes manifestações quer a favor do apoio a Chavéz quer de recusa. Provavelmente a participação no referendo será enorme. Se assim for quem poderá contestar a legitimidade do resultado?
A sociedade dualista que existe na Venezuela não é obra de Chavéz. É o fruto amargo mas bem real de dezenas de anos de exploração impiedosa da maioria da população, algo insusceptível de fazer sequer tremer as supostas boas consciências que sobretudo abominam qualquer ideia de justiça social.
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