O negócio entre o Estado e a Lusoponte tem sempre novos capítulos ou nova condições susceptíveis de prejudicar, ainda mais do que já se conhece, o interesse público. Agora a contestação subiu um pouco mais de tom porque o Engº Ferreira do Amaral que celebrou, em má hora e de má forma, o negócio com a Lusoponte, (supostamente) defendendo o Estado, está agora ao leme da empresa que beneficia( muito) do negócio. Mas terá sido apenas o Engº Ferreira do Amaral quem teve responsabilidades directas no acordo inicial e nas sucessivas revisões que ainda fizeram engordar mais o já escandaloso privilégio da Lusoponte e dos seus acionistas (especuladores, melhor dizendo)? Não foi com certeza: andam por aí outros muito caladinhos que também ajudaram à festa.
Num país normal seria possível colocar este acordo em questão. Ou será que invocar direitos de exclusividade para negócios futuros a propósito de um negócio concreto é um procedimento normal e não anulável? Bom, mas num país normal a classe política não tem este perfil tão nítido de serem meros instrumentos de legitimação dos negócios privados feitos à custa do interesse público.
Sobre esta questão Mário Crespo escreve hoje no JN um notável artigo de opinião: "A máscara privada do monstro público" . A não perder.
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