As declarações de José Sócrates a comentar a assumpção pelo Governo britânico da utilização de território do país pela CIA para escalas de voos destinados a Guantanamo pareceram-me penosas. O primeiro-ministro considera o caso muito grave e diz não ter nenhuma razão para admitir que o mesmo terá acontecido com Portugal. Mas disse isto como se o seu raciocínio rtivesse ficado aprisionado num novelo, repetindo-se quatro vezes num tom falho da tão badalada convicção socrática, repetitivo, baço. As breves declarações pareceram ocupar muitos minutos. É o que sempre acontece quando se transmite a ideia de que não se está a falar verdade ou quando a surpresa e a indignação que se procura transmitir soam a falso.
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